Bem vindos

Acabou de entrar numa Zona Iscspianista, caso não seja iscspianista, vírus horrorosos vão entrar pelo computador, subir pelas teclas, entrar nos dedos e caminho aberto para o Cérebro... acéfalos estão a salvo...(Há muitos por ai:)

sábado, 28 de abril de 2007

“Sun Tzu, adaptado”

Este artigo é uma tentativa de adaptar o pensamento estratégico de Sun Tzu, presente na “Arte da Guerra”, para o dia a dia do aluno Iscspianista. De modo a que a nossa passagem pelo sistema de ensino seja o mais proveitosa possível, é necessário estabelecer um “plano de ataque”, coerente e bem estruturado.
Começaremos pelos 5 factores constantes, tidos por Tzu como importantes aquando das nossas deliberações. A lei moral, o céu, a terra, o comandante, o método e disciplina. A lei moral – esta deverá ser encarada como o princípio da harmonia, que provoca uma total consonância entre o povo e o governante; fazendo a adaptação necessária, podemos considerar que dentro de um sistema composto por vários actores, é uma mais valia para cada individuo uma total consonância com os restantes. Segundo este factor o uso de imperativos morais (uma moral Kantiana :) nas acções individuais, possibilita essa “adesão” dos colegas ao individuo (facilitando o caminho para a cooperação entre colegas). Tzu acrescenta, um líder perfeito cultiva a lei moral e adere estritamente a essa. O céu – este factor refere-se ao quente, frio, estações, etc. Consideraremos este factor como a influência do ambiente no Homem. Por muito irrelevante que pareça, o ambiente que nos rodeia influência directamente o nosso dia a dia e a maneira como interpretamos e processamos informação. Ter em conta este factor aquando da elaboração de um plano de estudos ou de uma confrontação com um colega ou Prof., servirá com certeza para alguma coisa… A Terra – Neste factor está implícita a necessidade de ter em conta as distâncias ou acessibilidades; nem será preciso mencionar, que equacionar a relação distância-tempo, na nossa rotina diária é importante para poder maximizar o tempo disponível (ir para o café, sair à noite, estar com os amigos, ver TV e pronto… estudar:). O Comandante – Representado pelas virtudes da sabedoria, da sinceridade, da benevolência, da coragem e da firmeza, que na nossa adaptação estão orientadas para o indivíduo (aluno); este conseguir ou não tentar viver segundo estas. As virtudes mencionadas são um “pacote”, pois para ter o maior proveito de cada uma destas virtudes, é necessário possuir as outras. Também não é preciso encarar estas virtudes de forma filosófica ou inatingível, a sua concepção mais básica (mesmo a nível do senso comum) é sempre o ponto de partida.
O método e disciplina – Embora em Tzu as patentes, treinos e divisões militares sejam as visadas, numa adaptação directa, focamos nos recursos de cada um, bem como a sua estruturação e disciplina de estudo. Conseguir estabelecer um método de estudo consistente, é como se costuma dizer, “meio caminho andado”.
Ter consciência de quais os factores mais propícios para o cumprimento desse método é uma questão de bom planeamento :) Se nas suas deliberações diárias, um individuo tiver como base estes factores, de modo a poder determinar a sua situação, as opções tomadas serão as mais acertadas. Há que ter em conta que a flexibilidade também é uma mais valia, pois os nossos planos deverão ser alterados de acordo com as circunstâncias favoráveis que se nos apresentam (por ex. no caso dos trabalhos).
Os pontos que se seguem nos conselhos de Tzu, são referentes à batalha em si e convêm-nos reter alguns. Toda a guerra é baseada no engano, ou seja as considerações erróneas dos opositores em relação ao indivíduo, são para vantagem própria. Criar o elemento surpresa num ataque, lançar engodos, aproveitar as fraquezas… Nos nossos campos de batalhas (as aulas e exames), também poderemos usar alguns destes conselhos. Saber em que área está um professor mais a vontade, quais os pontos que ele(a) mais gosta ou que tipo de orientação intelectual tem, jogam em favor dos alunos e repercute-se nas notas. É necessário preparar o discurso (oral ou escrito) de modo a que o ponto de manejo da ideia passe da discrição de um professor, para o que o aluno lhe providência. Usar o engano para fazer transparecer mais conhecimentos do que aqueles que o aluno possui é uma técnica muito utilizada. Por exemplo, inserir num exame umas citações, umas menções de livros ou artigos, para dar “corpo” ao texto e mais “mente” a quem o escreve. E não, não é necessário lê-los a todos! Basta orientar a atenção do Prof. para fora do que não interessa. Costuma resultar ter-se uma ideia do que estamos a introduzir, pois um prego aqui e ali mantém a coisa com uma consistência agradável.
Tzu fala na necessidade de uma correcta avaliação do custo-beneficio em função do tempo despendido. No exemplo directo dos exames, isto significará que 10 páginas podem valer menos que 3, ou seja “não é o tamanho, é o que se faz com ele”. O grande objectivo deverá ser o conteúdo e a sua estrutura lógica, não os textos prolongados. Tzu disse que combater e vencer todas as batalhas não é a excelência suprema, essa consiste em quebrar a resistência do inimigo sem combater. As aulas são o terreno perfeito para quebrar a resistência dos Prof’s às boas notas. Chegar ao exame e combater por uma nota não chega. Quebrar a resistência através de uma participação activa nas aulas, amolece (regra geral) os Prof’s.
Há porém um conselho de Tzu que poderia ser aplicado não ao aluno mas à comunidade estudantil: - “Podemos formar um único bloco, enquanto que o inimigo terá de fraccionar. Assim, existirá um todo oposto a partes separadas de um todo, o que significa que seremos muitos contra poucos inimigos”…
See where I’m getting at?
João Ratão.