Bem vindos

Acabou de entrar numa Zona Iscspianista, caso não seja iscspianista, vírus horrorosos vão entrar pelo computador, subir pelas teclas, entrar nos dedos e caminho aberto para o Cérebro... acéfalos estão a salvo...(Há muitos por ai:)

segunda-feira, 26 de março de 2007

A Famosa Bolonha (disponível nos cinemas em 2010, mais coisa menos coisa :)

“Os Maias” trouxeram à nossa literatura uma das facetas negativas do ensino português, através da personagem, Eusebiozinho (fruto do ensino típico português) retratada, em oposição à de Carlos (fruto do ensino “inglês”). Este problema persiste na nossa sociedade e tem vindo a degenerar desde os tempos de Eça de Queirós. Em meu entender “a fome juntou-se com a vontade de comer”, ou seja, a “mentalidade de cartilha” associou-se à tentativa de adaptação forçada do nosso ensino aos novos tempos, criando um Adamastor. Um exemplo perfeito é a nossa adaptação (à portuguesa) a Bolonha. A regra das nossas faculdades é, vamos atafulhar os cursos que temos agora nos moldes de Bolonha e não satisfeitos, vamos fazê-lo tardiamente e sem que os alunos façam ideia no que se estão a meter. Quem entre nós (alunos) sabe como ficam os cursos, como se repercutirá bolonha nos alunos que já haviam ingressado no ensino superior ou mesmo que esforços têm sido feitos no sentido de inserirmo-nos em Bolonha.
“O Encoberto” – Eia! Tu aí que tás no 1º ano do curso “X”. Sabes como vão ser os teus anos seguintes?
Aluno Mistério – Sim, sim… sei….sei………………………….Não, realmente não faço a mínima ideia.
“O Encoberto” – Não te preocupa, essa situação?
Aluno Mistério – Eu? Não! ... Para quê? Como sou otário, não preciso saber o que me espera. Vim para o ensino superior sem me preocupar com o que me iam ensinar.
Tendo em conta que este aluno faz parte da excepção e não da regra, já vinham a calhar umas explicaçõezitas. Será? Proponho que se façam, sessões de esclarecimento em relação a bolonha. Os alunos precisam desesperadamente delas. Esclareçam-nos quanto a quais são os padrões de bolonha, quais as mudanças, como serão as equivalências, em que se traduz o novo regime, quais serão as diferenças no acesso às carreiras, o que tem feito a nossa faculdade e os nossos professores no sentido da adaptação e por amor de Zeus não nos digam que ainda não tem resposta para estas questões, pois tal incompetência não pode ser admitida. Nós revoltar-nos-emos e como o bom português, não faremos nada................à pois é!
Acima de tudo considero importante que nos oiçam. Nós a quem se destina verdadeiramente bolonha, não somos objectos inanimados que podem ser movimentados de um lado para outro, sem qualquer pesar. Temos problemas que podem ser explanados e opiniões ou recomendações, que ao contrário do que possa parecer, são válidas e passíveis de serem utilizadas. É verdade.
Caríssimos colegas iscspianistas é com muita mágoa que afirmo, a nossa situação infelizmente não é única. De todas as faculdades chegam relatos de situações semelhantes… é o amigo… é o amigo do amigo… é o amigo da prima da tia do amigo (quando chega à prima da tia é grave :).
Ó meus amigos, alto e para o baile! Essa coisa de dançarmos ao som de uma música que nem entendemos tem de parar. Ganhem consciência! Dêem-nos o que merecemos.

João Ratão.